Quando se trata da saúde dos nossos pets, não medimos esforços para garantir que vivam uma vida longa e saudável. No entanto, há condições que podem afetá-los. Uma delas, é o linfoma em cães e gatos, cuja incidência anual é de 6 a 30 casos novos para cada 100 mil cães e 200 casos novos para cada 100 mil gatos. Neste artigo, vamos esclarecer tudo o que você precisa saber sobre o linfoma em pets:
O que é o Linfoma?
Linfomas são neoplasias caracterizadas pela proliferação clonal de linfócitos malignos. Também conhecidos como linfossarcoma ou linfoma maligno, originam-se principalmente de órgãos linfoides, como medula óssea, baço e linfonodos. Entretanto, os linfomas podem se desenvolver em praticamente qualquer órgão, pela contínua migração dos linfócitos pelos diferentes tecidos do organismo.
Tipos de linfoma que atingem cães e gatos
O linfoma em cães e gatos pode apresentar diferentes localizações anatômicas, sendo classificado em multicêntrico, mediastinal, alimentar, cutâneo e extranodal. Normalmente, o linfoma multicêntrico é o mais comum em cães. Em contrapartida, as formas mais diagnosticadas em gatos são a alimentar e a mediastinal.
- Linfoma Multicêntrico: este é o tipo mais prevalente de linfoma em cães. Ele afeta os linfonodos em várias partes do corpo, podendo causar inchaço e desconforto.
- Linfoma Alimentar: afeta os órgãos do trato gastrointestinal, levando a sintomas como vômitos, diarreia e perda de peso.
- Linfoma Cutâneo: este tipo afeta a pele, causando lesões e protuberâncias que podem ser confundidas com alergias ou infecções cutâneas.
- Linfoma Mediastínico: afeta a área do tórax e pode causar dificuldades respiratórias e tosse.
Raças com maior predisposição ao linfoma em cães
Embora o linfoma possa afetar qualquer raça de cães, algumas apresentam maior predisposição. O linfoma em cães costuma ter maior incidência em raças como Boxer, Rottweiler, Poodle, Chowchow, Beagle, Basset Hound, Pastor Alemão, São Bernardo, Scottish Terrier e Bulldog. Algumas raças podem apresentar alterações genéticas, resultando em predisposição familiar, como Bull Mastiff e Golden Retriever. É possível que esta última seja predisposta em virtude de uma deficiência nos mecanismos de reparo do DNA.
Raças com maior predisposição ao linfoma em gatos
Geralmente, o linfoma em gatos costuma ser mais incidente entre os Siameses e British Shorthairs. Além destes, as raças orientais também apresentam maior risco de desenvolver a doença. Normalmente, os animais adultos e idosos são os mais acometidos. Porém, existem relatos de animais jovens, principalmente quando se trata de gatos FELV positivo.
Detecção precoce e diagnóstico do linfoma em pets
Inegavelmente, a detecção precoce do linfoma em cães e gatos é fundamental para garantir o sucesso do tratamento. Assim, fique atento a sinais como perda de apetite, letargia, inchaço nos gânglios linfáticos, perda de peso inexplicável e mudanças no comportamento do seu pet. Se acaso notar qualquer sintoma incomum, é essencial consultar o veterinário imediatamente.
Geralmente, o diagnóstico é confirmado através de biópsia, mas também envolve exames de sangue e de imagem, como ultrassonografia abdominal e RX de tórax.
Exame PARR
O PARR é um exame genético utilizado especificamente para detectar linfomas e leucemias, em especial nos casos em que os exames tradicionais são inconclusivos ou que há uma suspeita de resultados equivocados. E nisso cabe uma explicação.
Via de regra, os tumores não costumam ser estruturas homogêneas. Dessa maneira, eles se modificam com o tempo, podem variar de tamanho e ser compostos por diferentes tipos de células. Assim, uma amostra retirada de uma área específica do tumor pode levar a resultados falsos negativos, por exemplo.
No entanto, com o PARR, não existe esse problema. Ele pode ser realizado com a mesma amostra retirada para o exame convencional. Contudo, por ser um exame genético, sua precisão tende a ser maior.
Quimioterapia no tratamento do linfoma em cães e gatos
Atualmente, a principal modalidade de tratamento para o linfoma em cães e gatos é a quimioterapia. Nesta abordagem, medicamentos específicos são administrados para destruir as células cancerígenas. No entanto, a resposta ao tratamento depende da classificação do linfoma, do estágio da doença e da saúde geral do animal. Frequentemente, já percebemos o alívio dos sintomas e a redução de linfonodos na primeira semana de terapia, como no caso do linfoma multicêntrico, por exemplo.
Neste contexto, diversos protocolos e substâncias são empregados na quimioterapia. Porém, em casos nos quais a resposta a uma medicação é insatisfatória ou em que efeitos secundários marcantes surgem, a possibilidade de transição para outras abordagens terapêuticas permanece disponível.
Tratamento e perspectivas
O tratamento do linfoma em cães e gatos entra em vigor após a confirmação diagnóstica e a realização de exames que fornecem uma perspectiva abrangente sobre o estado de saúde do animal e o grau em que o organismo foi comprometido pela doença.
Existem diversos protocolos para o tratamento. A escolha vai depender do tipo de linfoma, estado geral da saúde e temperamento do animal e disponibilidade do tutor. Geralmente, as administrações se estendem por um período de 6 a 12 meses. Para alguns pacientes, alguma terapia de manutenção ao longo da vida se faz necessária.
Temos vários animais em tratamento e já tratados para o linfoma, sendo os cães a categoria com a maior incidência e uma resposta mais positiva aos procedimentos terapêuticos. Em geral, conseguimos conferir uma sobrevida com qualidade para a grande maioria dos animais diagnosticados com essa condição. Enquanto os efeitos colaterais são uma realidade, a supervisão frequente, que inclui avaliação clínica e contagem de células sanguíneas, é um aspecto crucial durante todo o curso do tratamento. Além disso, existem condutas para que os efeitos sejam minimizados.
A Importância de um Centro Oncológico Veterinário especializado
Enfrentar o diagnóstico de câncer em um pet é um desafio emocional para todos os envolvidos, tanto para os familiares quanto para o médico veterinário. É por isso que contar com um Centro Oncológico Veterinário especializado faz toda a diferença. Profissionais treinados em Medicina Veterinária oncológica podem oferecer tratamentos personalizados, monitoramento contínuo, apoio emocional e acolhimento em todas as etapas do processo.
O linfoma em cães e gatos é uma doença séria. Porém, a detecção precoce e os tratamentos disponíveis oferecem esperança para nossos amigos de quatro patas. Ao adotar uma abordagem preventiva, estar ciente dos sintomas e buscar ajuda veterinária especializada, podemos fazer com que nossos companheiros peludos tenham a melhor qualidade de vida possível. Lembre-se: você não está sozinho nessa jornada. Os profissionais de um centro oncológico veterinário especializado estão prontos para oferecer o suporte necessário para enfrentar o desafio do linfoma em pets de forma eficaz e compassiva.
Texto revisado por:
Dra. Bruna Grazziotin – CRMV 13206
Médica Veterinária